Se 513 (deputados) não fazem nada por nós, por que precisaríamos de 531?

Elena Landau • 3 de julho de 2025

O “nós contra eles” está de volta. Lula gosta mesmo de uma polarização. Inventou esse jogo em 1994, quando percebeu o sucesso do Plano Real. Deu ruim: perdeu de lavada duas eleições. Quando emplacou em 2002, tratou logo de inventar a narrativa da “herança maldita”, dando o pontapé na polarização. Com o suicídio do PSDB, entrou Bolsonaro na briga. Ganhou em 2022 com apoio de uma frente ampla, mas resolveu montar um governo essencialmente petista com supostos aliados do Centrão. Não funcionou. Fora a aprovação da PEC da Transição e da reforma do IVA, pouca coisa foi aprovada.

A briga do IOF é apenas mais um capítulo do embate entre Executivo e Legislativo . Em resposta, Lula resolveu reeditar, de forma ainda mais radical, o “nós contra eles”. Só que a realidade mudou nestes 30 anos.

A população não está interessada nas futricas de Brasília, se Motta ligou para Haddad ou não. Quer saber se os impostos que paga vão melhorar sua vida, resolver a fila do SUS, reduzir a violência ou facilitar seus negócios. Quer empreender, e não um Estado-babá.

Estão todos cansados de pagar, e não receber. E Brasília segue se locupletando
Estão todos cansados de pagar, e não receber. E Brasília segue se locupletando

E “Brasília” segue olhando para o próprio umbigo. O Legislativo aumenta o número de parlamentares, e a reação é imediata: se 513 não fazem nada por nós, por que precisaríamos de 531? Do lado do Judiciário , os supersalários cresceram 49%, com impacto de R$ 10 bilhões em 2024. O Executivo criou 273 cargos em estatais, preenchidos por indicações políticas. Enquanto o presidente do BNDES terá 38 assessores à sua disposição, o contingenciamento feito pelo Tesouro desmonta as agências reguladoras. Elas têm a função de fiscalizar a qualidade do serviço prestado em concessões como energia elétrica, que afetam diretamente nosso dia a dia. E subsídios desnecessários e regressivos vão sendo renovados pela força dos lobbies.

Não é à toa que a reação ao aumento de impostos é imediata. Lula concentrou seu discurso na velha luta de classes: rico não quer pagar imposto. Sim, o País precisa, urgentemente, de uma verdadeira reforma do IR para reduzir a profunda regressividade do sistema. Teria o apoio da sociedade, como na reforma tributária do IVA.

O governo erra porque não é só o andar de cima que não gosta de imposto, é todo mundo: da base ao topo da pirâmide. Já deveria ter ficado claro com a reação à taxação das blusinhas e a confusão do Pix. Tem “planejamento tributário” em todos os setores e níveis de renda, como no MEI e no Simples. A pejotização é caminho sem volta, e trabalhadores de aplicativos não querem ser CLT.

Estão todos cansados de pagar, e não receber. E Brasília segue se locupletando.

Por Luis Filipe Santos 4 de julho de 2025
A Ambev , maior cervejaria do Brasil e dona de marcas como Skol e Brahma, além de outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas, pode ser um exemplo dos desafios das empresas na jornada de redução de emissão de gases que causam o aquecimento global . A companhia reduziu em 50% as emissões dos escopos 1 e 2 (das próprias operações e da energia consumida, respectivamente), por meio do uso de fontes renováveis . Contudo, ainda faltam as de escopo 3, que englobam toda a cadeia produtiva do campo até o descarte das latas e garrafas e responde por 89% das emissões.
Por Maria Magnabosco 4 de julho de 2025
O ministro Gilmar Mendes , do Supremo Tribunal Federal (STF) , convocou uma audiência pública em setembro para discutir a legalidade da contratação de trabalhadores autônomos ou por meio de pessoas jurídicas, prática conhecida como “pejotização” .
Por Pepita Ortega, Lavínia Kaucz 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF) , suspendeu nesta sexta-feira, 4, os efeitos de todos os decretos que tratam sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e determinou uma audiência de conciliação entre o governo Lula e o Congresso sobre o tema no dia 15 de julho.
Por Cícero Cotrim 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - A C&M Software afirma, por meio de nota, que as evidências disponíveis até agora indicam que o incidente de segurança na empresa que resultou em um desvio de ao menos R$ 800 milhões decorreu do uso de técnicas de engenharia social (manipulação psicológia) para o compartilhamento indevido de credenciais de acesso.
Por Pepita Ortega 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas , afirmou na manhã desta sexta-feira, 4, que é “clara” a interferência do crime organizado em setores como o de combustíveis e o de saúde, assim como, “no mercado financeiro , nos crimes cibernéticos, na negociação de criptomoedas , e no resíduo sólido”.
Por Redação 4 de julho de 2025
Normas foram anunciadas em março e entraram em vigor nesta terça-feira
Por Pepita Ortega 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira, 4, um homem apontado como um dos autores do ataque hacker à C&M Software , empresa que interliga instituições financeiras ao sistema do Banco Central que inclui o Pix . O caso, que resultou em um desvio de ao menos R$ 800 milhões na última terça-feira, 1º, já é considerado a “maior invasão de dispositivo eletrônico do País”.
Por Luiz Guilherme Gerbelli 4 de julho de 2025
A trégua do cenário externo e a percepção de que o pior — ao menos por ora — não se confirmou com as políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , têm ajudado a aliviar a situação da economia brasileira. A mudança não indica que os problemas do Brasil estejam superados. Ao contrário, a incerteza fiscal continua e é crescente quando se olha para o longo prazo. Agora, é como se o País andasse num gelo fino, mas tivesse algum tempo a mais para solucionar os desafios das contas públicas.
Por Liam Denning 4 de julho de 2025
Esqueça a Tesla por um momento. Imagine uma empresa anônima com as seguintes características: as vendas de seu principal produto pararam de crescer repentinamente há mais de um ano e caíram 13% até agora neste ano. Seu último grande lançamento de produto foi um fracasso. A empresa reiterou planos para novas versões de baixo custo de seu produto há apenas três meses, e elas não se concretizaram.
Por Rogério Werneck 4 de julho de 2025
Há dias, o ministro da Fazenda relatou que só aceitou o cargo que hoje ocupa após ter confirmado com o presidente que contaria com seu respaldo para levar adiante o que defendera na disputa eleitoral de 2022: “Pobre no Orçamento e rico no Imposto de Renda”. Foi uma pena que o ministro não tivesse aproveitado para se certificar também de que teria respaldo do presidente para conduzir uma política fiscal pautada pela manutenção do endividamento público sob controle.
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