Haddad diz que vê ‘busca de diálogo’ sobre IOF no Congresso, mas ainda não houve avanço
RIO - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , disse nesta quinta-feira, 3, que há indícios de busca de diálogo sobre proposta de mudança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) , que foi barrada pelo Congresso Nacional , criando indisposição com o presidente da Câmara , Hugo Motta (Republicanos-PB).
“Eu tenho lido sobre as manifestações das pessoas buscando o diálogo. Eu tenho visto isso”, afirmou a jornalistas no Hotel Fairmont, no Rio, onde participou da reunião financeira do Brics e do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
De acordo com o chefe da pasta, não houve muito como o assunto andar porque “muita gente está fora do Brasil” e também tem havido as reuniões do Brics.

Políticos e representantes do Judiciário estão em Lisboa para participar de um evento anual da área de direito, protagonizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
“Houve essas manifestações que você deve ter lido, né?”, respondeu a um jornalista quando questionado se não houve avanço sobre o assunto. Para ele, as “declarações recentes” indicam que o assunto possa ter um desfecho positivo.
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que conhece os termos do relatório sobre o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês, a cargo do deputado Arthur Lira (PP-AL), mas que não adiantaria seu teor aos jornalistas.
“Vejo como uma indelicadeza anunciar o trabalho próprio do relator”, argumentou. “Eu não quero adiantar porque fica indelicado. Eu conheço os termos, mas eu não vou me adiantar a ele, porque ele é o relator. Fica muito deselegante eu falar de um anúncio que cabe a ele fazer”, reforçou em outro momento.
Haddad foi só elogios ao ex-presidente da Câmara, dizendo que o alagoano tem mantido um diálogo de “altíssimo nível” com a Secretaria de Reformas Econômicas, e com o secretário Marcos Pinto.
“O Marcos tem me relatado que as conversas estão prosperando em um nível muito elevado, com trabalho técnico, com trabalho para o Brasil. E eu tenho razões para imaginar que nós estamos próximos, que nós chegaremos a um bom relatório”, previu.
Segundo o ministro, Lira tem sido transparente em relação às negociações que foram feitas para chegar a um entendimento, mas considera difícil cravar uma data para a publicação do texto.
“Estes dias estão parados, então, na verdade, a hora que ele entender como conveniente, vai apresentar. O importante é apresentar um bom relatório, um relatório que possa ser defendido perante a opinião pública, que busca justiça tributária. Estamos em um País muito injusto. Então, ao começar a corrigir essa grande injustiça, penso que estamos em um bom caminho”, avaliou.
Confiança no acordo UE-Mercosul
Haddad disse estar mais confiante atualmente de que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul possa ser finalizado até o fim deste ano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar mais confiante atualmente de que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul possa ser finalizado até o fim deste ano.
Esta tarde ele teve reuniões bilaterais com suas contrapartes chinesa e russa, dentro do encontro do Brics.
“Os acordos foram assinados, tanto com a Rússia quanto com a China, como estava previstos. A conversa com o representante do governo francês também foi muito boa em relação ao acordo da União Europeia com o Mercosul. Tivemos três boas reuniões, com assinatura de dois instrumentos e a possível viabilização de um desfecho favorável para o acordo com a União Europeia”, relatou.
Questionado pelo Estadão/Broadcast se ele também imaginava que o tratado possa ser fechado até o fim do ano, como esperam algumas partes envolvidas, o ministro disse que ficou mais otimista.
“Eu estou mais confiante. Eu já estava, mas estou cada vez mais. Creio que vai ser possível (fechar o acordo ainda em 2025). Vai ser histórico, vai ser muito bom”, previu.
As discussões entre as partes existem há mais de duas décadas e foram aceleradas depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as últimas eleições. Com o Liberation Day, que ficou conhecido como o “tarifaço de Trump”, enxergou-se uma janela de oportunidade entre os dois blocos para que o acordo fosse fechado.






