Haddad diz que vê ‘busca de diálogo’ sobre IOF no Congresso, mas ainda não houve avanço

Célia Froufe • 3 de julho de 2025

RIO - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , disse nesta quinta-feira, 3, que há indícios de busca de diálogo sobre proposta de mudança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) , que foi barrada pelo Congresso Nacional , criando indisposição com o presidente da Câmara , Hugo Motta (Republicanos-PB).

“Eu tenho lido sobre as manifestações das pessoas buscando o diálogo. Eu tenho visto isso”, afirmou a jornalistas no Hotel Fairmont, no Rio, onde participou da reunião financeira do Brics e do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

De acordo com o chefe da pasta, não houve muito como o assunto andar porque “muita gente está fora do Brasil” e também tem havido as reuniões do Brics.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que tem visto busca do diálogo para resolver embate com Congresso sobre o IOF
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que tem visto busca do diálogo para resolver embate com Congresso sobre o IOF

Políticos e representantes do Judiciário estão em Lisboa para participar de um evento anual da área de direito, protagonizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

“Houve essas manifestações que você deve ter lido, né?”, respondeu a um jornalista quando questionado se não houve avanço sobre o assunto. Para ele, as “declarações recentes” indicam que o assunto possa ter um desfecho positivo.

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que conhece os termos do relatório sobre o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês, a cargo do deputado Arthur Lira (PP-AL), mas que não adiantaria seu teor aos jornalistas.

“Vejo como uma indelicadeza anunciar o trabalho próprio do relator”, argumentou. “Eu não quero adiantar porque fica indelicado. Eu conheço os termos, mas eu não vou me adiantar a ele, porque ele é o relator. Fica muito deselegante eu falar de um anúncio que cabe a ele fazer”, reforçou em outro momento.

Haddad foi só elogios ao ex-presidente da Câmara, dizendo que o alagoano tem mantido um diálogo de “altíssimo nível” com a Secretaria de Reformas Econômicas, e com o secretário Marcos Pinto.

“O Marcos tem me relatado que as conversas estão prosperando em um nível muito elevado, com trabalho técnico, com trabalho para o Brasil. E eu tenho razões para imaginar que nós estamos próximos, que nós chegaremos a um bom relatório”, previu.

Segundo o ministro, Lira tem sido transparente em relação às negociações que foram feitas para chegar a um entendimento, mas considera difícil cravar uma data para a publicação do texto.

“Estes dias estão parados, então, na verdade, a hora que ele entender como conveniente, vai apresentar. O importante é apresentar um bom relatório, um relatório que possa ser defendido perante a opinião pública, que busca justiça tributária. Estamos em um País muito injusto. Então, ao começar a corrigir essa grande injustiça, penso que estamos em um bom caminho”, avaliou.

Confiança no acordo UE-Mercosul

Haddad disse estar mais confiante atualmente de que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul possa ser finalizado até o fim deste ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar mais confiante atualmente de que o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul possa ser finalizado até o fim deste ano.

Esta tarde ele teve reuniões bilaterais com suas contrapartes chinesa e russa, dentro do encontro do Brics.

“Os acordos foram assinados, tanto com a Rússia quanto com a China, como estava previstos. A conversa com o representante do governo francês também foi muito boa em relação ao acordo da União Europeia com o Mercosul. Tivemos três boas reuniões, com assinatura de dois instrumentos e a possível viabilização de um desfecho favorável para o acordo com a União Europeia”, relatou.

Questionado pelo Estadão/Broadcast se ele também imaginava que o tratado possa ser fechado até o fim do ano, como esperam algumas partes envolvidas, o ministro disse que ficou mais otimista.

“Eu estou mais confiante. Eu já estava, mas estou cada vez mais. Creio que vai ser possível (fechar o acordo ainda em 2025). Vai ser histórico, vai ser muito bom”, previu.

As discussões entre as partes existem há mais de duas décadas e foram aceleradas depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as últimas eleições. Com o Liberation Day, que ficou conhecido como o “tarifaço de Trump”, enxergou-se uma janela de oportunidade entre os dois blocos para que o acordo fosse fechado.

Por Luis Filipe Santos 4 de julho de 2025
A Ambev , maior cervejaria do Brasil e dona de marcas como Skol e Brahma, além de outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas, pode ser um exemplo dos desafios das empresas na jornada de redução de emissão de gases que causam o aquecimento global . A companhia reduziu em 50% as emissões dos escopos 1 e 2 (das próprias operações e da energia consumida, respectivamente), por meio do uso de fontes renováveis . Contudo, ainda faltam as de escopo 3, que englobam toda a cadeia produtiva do campo até o descarte das latas e garrafas e responde por 89% das emissões.
Por Maria Magnabosco 4 de julho de 2025
O ministro Gilmar Mendes , do Supremo Tribunal Federal (STF) , convocou uma audiência pública em setembro para discutir a legalidade da contratação de trabalhadores autônomos ou por meio de pessoas jurídicas, prática conhecida como “pejotização” .
Por Pepita Ortega, Lavínia Kaucz 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF) , suspendeu nesta sexta-feira, 4, os efeitos de todos os decretos que tratam sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e determinou uma audiência de conciliação entre o governo Lula e o Congresso sobre o tema no dia 15 de julho.
Por Cícero Cotrim 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - A C&M Software afirma, por meio de nota, que as evidências disponíveis até agora indicam que o incidente de segurança na empresa que resultou em um desvio de ao menos R$ 800 milhões decorreu do uso de técnicas de engenharia social (manipulação psicológia) para o compartilhamento indevido de credenciais de acesso.
Por Pepita Ortega 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas , afirmou na manhã desta sexta-feira, 4, que é “clara” a interferência do crime organizado em setores como o de combustíveis e o de saúde, assim como, “no mercado financeiro , nos crimes cibernéticos, na negociação de criptomoedas , e no resíduo sólido”.
Por Redação 4 de julho de 2025
Normas foram anunciadas em março e entraram em vigor nesta terça-feira
Por Pepita Ortega 4 de julho de 2025
BRASÍLIA - A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira, 4, um homem apontado como um dos autores do ataque hacker à C&M Software , empresa que interliga instituições financeiras ao sistema do Banco Central que inclui o Pix . O caso, que resultou em um desvio de ao menos R$ 800 milhões na última terça-feira, 1º, já é considerado a “maior invasão de dispositivo eletrônico do País”.
Por Luiz Guilherme Gerbelli 4 de julho de 2025
A trégua do cenário externo e a percepção de que o pior — ao menos por ora — não se confirmou com as políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , têm ajudado a aliviar a situação da economia brasileira. A mudança não indica que os problemas do Brasil estejam superados. Ao contrário, a incerteza fiscal continua e é crescente quando se olha para o longo prazo. Agora, é como se o País andasse num gelo fino, mas tivesse algum tempo a mais para solucionar os desafios das contas públicas.
Por Liam Denning 4 de julho de 2025
Esqueça a Tesla por um momento. Imagine uma empresa anônima com as seguintes características: as vendas de seu principal produto pararam de crescer repentinamente há mais de um ano e caíram 13% até agora neste ano. Seu último grande lançamento de produto foi um fracasso. A empresa reiterou planos para novas versões de baixo custo de seu produto há apenas três meses, e elas não se concretizaram.
Por Rogério Werneck 4 de julho de 2025
Há dias, o ministro da Fazenda relatou que só aceitou o cargo que hoje ocupa após ter confirmado com o presidente que contaria com seu respaldo para levar adiante o que defendera na disputa eleitoral de 2022: “Pobre no Orçamento e rico no Imposto de Renda”. Foi uma pena que o ministro não tivesse aproveitado para se certificar também de que teria respaldo do presidente para conduzir uma política fiscal pautada pela manutenção do endividamento público sob controle.
Show More